Aluguel de carro na Itália – dicas úteis para dirigir de norte a sul no país.
Alugar um carro num outro país é uma decisão que deixa muita gente insegura. Quando decidimos viajar pelo sul da Itália, mesmo depois de várias road trips no currículo (incluindo uma de Veneza a Roma), também tivemos as nossas preocupações. “Como serão as estradas? Não dizem que lá é meio perigoso? Imagina, vai ser uma loucura encontrar vagas pra estacionar!”. Decidimos encarar. O resultado? Uma viagem incrível, que confirmou aquilo que já sabíamos: dirigir na Itália é fácil, desde que se atente a alguns pequenos detalhes e macetes. Neste post sobre aluguel de carro na Itália (de norte a sul!), eu te conto todos eles.
O que você encontrará neste artigo:
1. Alugando um carro na Itália…
1.1. Documentos necessários para o aluguel de carro na Itália.
1.2. As principais empresas de locação de carro na Itália.
1.3. Dá pra alugar um carro barato na Itália?
1.4. Vale a pena contratar o seguro do carro?
1.5. Quanto custa o aluguel de carro na Itália?
1.5.1. Quanto custa alugar um carro em Roma?
1.5.2. Quanto custa alugar um carro em Florença?
1.5.3. Quanto custa alugar um carro em Milão?
1.5.4. Quanto custa alugar um carro em Veneza?
2. Dirigindo nas cidades…
2.1. É fácil encontrar estacionamento nas cidades da Itália?
2.2. Áreas de trânsito restrito.
2.3. As cidades da Itália são seguras para quem viaja de carro?
3. Dirigindo nas estradas…
3.1. Condições das estradas italianas.
3.2. Limites de velocidade.
3.3. Como funcionam os pedágios na Itália?
3.4. É comum levar multas na Itália?
3.5. Como é e quanto custa abastecer o carro na Itália?
4. Sugestões de roteiros – As melhores viagens de carro pela Itália.
5. Seguro viagem.
6. Extra: dirigindo em Nápoles e Costa Amalfitana.
7. Aluguel de Carro na Itália: Conclusão.
1. ALUGANDO UM CARRO NA ITÁLIA…
Abaixo, você encontra todos os aspectos práticos que precisa saber sobre o aluguel de carro na Itália. De documentos à, seguros, passando pela escolha da empresa locadora e preços.
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1.1. DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA O ALUGUEL DE CARRO NA ITÁLIA.
Três são os documentos necessários para alugar um carro na Itália. São eles: a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o passaporte e a Permissão Internacional para Dirigir (PID). Você precisará também de um cartão de crédito internacional, previamente autorizado para compras no exterior (lembre-se de ligar para o banco e solicitar esta liberação antes da sua viagem!). Motoristas adicionais (quando mais de uma pessoa vai dirigir o carro) também precisam apresentar CNH, passaporte e PID.
Aí você faz aquela perguntinha polêmica: “Mas, Marina… precisa da PID mesmo?”. A verdade é que a internet está cheia de respostas diferentes. Há quem diga: “não precisa, já aluguei e nunca pediram”. O que a gente deve entender é que experiências pessoais nem sempre traduzem a regra. A regra diz que em países signatários da Convenção de Viena (caso da Itália), o motorista precisa OBRIGATORIAMENTE portar a PID para dirigir legalmente.
Esse foi o nosso segundo aluguel de carro na Itália, em ambos estávamos com a PID e ela não foi pedida no balcão da locadora. Dessa vez, no entanto, resolvi perguntar para a senhora que nos atendeu se o documento era ou não necessário por lá. A resposta foi: “Para nós, desta locadora, não. Em outras, pode ser que sim. E para a polícia nas estradas, com certeza”. Ou seja, ainda que não lhe peçam o documento na hora de alugar o carro, ele poderá sim ser solicitado ao longo da viagem, caso você seja parado pela polícia. Eu não arriscaria. É muito fácil e barato emitir a PID – eu expliquei tintim por tintim do processo neste post: PID – O que é e como solicitar.
1.2. AS PRINCIPAIS EMPRESAS QUE FAZEM ALUGUEL DE CARRO NA ITÁLIA.
Diversas empresas oferecem aluguel de carro na Itália. Eu, particularmente, sempre opto pelas mais tradicionais – mesmo que haja uma pequena diferença no preço. Dou valor à credibilidade que elas já tem no mercado e me sinto muito mais segura contratando um serviço numa grande locadora – além do mais, elas costumam ter frotas mais novas e variadas também. As locadoras mais tradicionais operando na Itália atualmente são:
- Avis – Budget
- Europcar
- Hertz – Thrifty – Dollar
- Alamo
Entre as menores e/ou locais, estão: Maggiore, Autovia, Sicily by Car, Centauro, Optimus Rent, Target Rent, etc.
Independente do tipo de locadora que você prefira, uma visita ao Rentcars pode render boas ofertas. Se você ainda não conhece, anota a dica. O Rentcars é um site que lhe permite comparar preços e reservar seu carro em várias locadoras (no mundo todo!). Fica bem fácil encontrar um carro legal a preço justo por lá… reservar com antecedência é fundamental para garantir um modelo legal e, principalmente, um valor bacana. E, o melhor: quem reserva no Rentcars pode parcelar a compra e não paga IOF!
1.3. DÁ PRA ALUGAR CARRO BARATO NA ITÁLIA?
A resposta é fácil. Dá, sim! Esqueça a ideia de que alugar um carro em outro país é sempre uma opção na contramão da economia. Se você se organiza e reserva com antecedência e se não faz questão de modelos superiores ou marcas de ponta, o custo para alugar um carro na Itália pode sim ser baixo.
Se você atende aos dois requisitos acima e, ainda assim, está encontrando preços altos, fique ligado: alguns fatores podem contribuir para encarecer o aluguel. É o caso de motoristas adicionais, pegar o carro em uma cidade e devolver em outra (nesses casos, quase sempre, é cobrada uma taxa de deslocamento ou retorno), acessórios – como GPS, wifi, cadeirinha de bebê… – e por aí vai.
Nestas situações, o ideal é se fazer algumas perguntas e, conforme for, redesenhar os planos. A viagem é muito longa? Precisa mesmo de mais de uma pessoa dirigindo? Será que não dá pra fazer um trajeto circular e devolver o carro na mesma cidade (nesse caso é preciso colocar na ponta do lápis e descobrir se esta opção é realmente mais barata ou se acarretará outros custos ainda mais altos que a taxa de deslocamento da locadora)?
Já os acessórios como o GPS e o wifi podem ser (e eu aconselho que sejam) substituídos por um celular com chip de internet. É que além de sair mais barato, os GPS podem estar com mapas desatualizados e na Itália – com suas ruelas estreitas e áreas onde o tráfego é limitado apenas para moradores – isso é terrível. O melhor é sempre confiar no Google Maps ou no Waze, que recebem atualizações com frequência e quase nunca te colocarão em roubadas. Por outro lado, as cadeirinhas de bebê e correntes de neve podem ser indispensáveis a depender das circunstâncias da sua viagem, nem pensar em economia nesses casos.
Outro fator que pesa no valor total do aluguel de carro na Itália é o seguro. Ele é mesmo indispensável? Falo em detalhes sobre isso no tópico abaixo.
1.4. VALE A PENA CONTRATAR O SEGURO?
Essa pergunta pode ser respondida com aquele velho “cada um sabe onde lhe aperta o calo”. A verdade é que um seguro é, indiscutivelmente, algo que encarece bastante o valor final de um aluguel. E, não tem jeito, quanto mais completo o seguro, mais caro ele será. Fazer ou não este investimento depende unicamente de você, uma vez que o seguro não é obrigatório.
Eu, particularmente, não gosto de fazer economias quando o que está em jogo é a minha segurança e tranquilidade. Quase sempre, optamos pelo seguro completo – com cobertura de roubo, danos e também seguro para terceiros. A cobertura para terceiros garante que, num acidente com outro veículo, você não seja responsabilizado pelas despesas de saúde dos ocupantes do outro carro. Também gosto de fazer seguros com isenção de franquia (uma espécie de coparticipação no prejuízo). Com esse tipo de seguro, caso haja qualquer problema com o carro (roubo, batida, arranhão ou o que for) ficamos completamente isentos de arcar com qualquer parte do prejuízo. Além de evitar uma preocupação a mais durante a viagem, contratar um seguro com isenção de franquia garanta uma entrega e devolução mais rápidas, já que a vistoria deixa de ser necessária – afinal de contas, ninguém vai poder lhe cobrar qualquer arranhãzinho novo no carro.
Em se tratando de um aluguel de carro na Itália, o seguro é algo que considero essencial. Nas cidades, é comum que as vias sejam estreitas, na estrada os motoristas costumam andar em altas velocidades. No sul – onde circulamos bastante dessa última vez – é quase impossível encontrar um único carro que não tenha um amassado, um arranhão. Na Costa Amalfitana e em Nápoles (falo mais sobre essas duas localidades no final do texto), esteja certo: ainda que você seja um bom motorista, as chances de a roda e/ou bater com o retrovisor são maiores que a de encontrar uma boa pizza.
Dica fundamental para quem viaja de carro pelo sul: esteja atento às cláusulas de cada locadora. Algumas locadoras, tem regras específicas sobre a franquia para casos de roubo. Funciona assim: mesmo que você tenha comprado um seguro com isenção total de franquia, caso o carro seja roubado em determinadas regiões (em geral na Campânia, Basilicata, Puglia e Sicília), você ainda precisará arcar com um valor pre-determinado – ou seja, a isenção total funciona apenas em caso de acidente. A Avis, locadora que usamos nesta viagem, tem postura diferente. Nosso seguro era total e incluía qualquer tipo de evento, em qualquer região. Preocupação zero.
1.5. QUANTO CUSTA O ALUGUEL DE CARRO NA ITÁLIA?
É difícil precisar um valor exato. Conforme já falei, o valor total de um aluguel de carro na Itália pode variar em função de inúmeros fatores. Em geral, a antecedência da reserva, a época da viagem, a quantidade de dias de aluguel, a cidade onde você aluga, quantas pessoas irão dirigir, o seguro que você escolhe e detalhes que variam de viagem pra viagem como roteiro (vai devolver em uma cidade diferente?) e acessórios – correntes de neve, cadeirinhas, etc.
Mas, só pra te dar uma ideia, veja os detalhes do aluguel de nossa última road trip pela Itália:
Pegamos o carro em Roma – em Renault Megane automático. Foram 10 dias de aluguel, com seguro total (incluindo rodas e para-brisa, isenção de franquia e quilometragem ilimitada. Além disso, também optamos por devolver o carro com o tanque vazio (neste caso, a empresa cobra o valor de um tanque de combustível, já que lhe entrega o carro com ele cheio). Devolvemos o carro também em Roma. Nosso carro já tinha GPS e as correntes de neve (embora nem fosse mais inverno) eram oferecidas sem custo extra. Nesse cenário, nosso aluguel saiu por 725 euros, no total. Com um detalhe importante: não tínhamos reserva prévia. Fizemos a cotação na hora, no balcão (E sim, eu sempre viajo com reservas feitas com bastante antecedência, nesse caso em específico chegamos atrasados no aeroporto e perdemos a reserva – mais barata! – que tínhamos. Não façam isso!).
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Abaixo, você encontra exemplos de preços de aluguel de carro nas principais cidades da Itália. A cotação foi feita em Junho de 2019, simulando uma viagem de uma semana em Setembro do mesmo ano. O ideal é visitar o Rentcars e fazer sua própria simulação, com as datas da sua viagem, o modelo de carro que melhor lhe atende e os opcionais que lhe são importantes e necessários. Você pode clicar nas imagens para fazer a sua cotação.
1.5.1. QUANTO CUSTA ALUGAR UM CARRO EM ROMA?
1.5.2. QUANTO CUSTA ALUGAR UM CARRO EM FLORENÇA?
1.5.3. QUANTO CUSTA ALUGAR UM CARRO EM MILÃO?
1.5.4. QUANTO CUSTA ALUGAR UM CARRO EM VENEZA?
2. DIRIGINDO NAS CIDADES DA ITÁLIA…
Para não passar aperto enquanto desbrava as cidades da Itália, aí vai uma série de dicas sobre a direção, seja nos grandes centros ou nos pequeninos vilarejos.
2.1. É FÁCIL ENCONTRAR ESTACIONAMENTO NAS CIDADES DA ITÁLIA?
Estacionamentos públicos (pagos) ou privativos estão disponíveis em todas as cidadezinhas, mesmo as menores. Eles são identificados facilmente, sempre com placas grandes com a letra P (de parcheggio). Quanto mais próximo dos centros ou grandes atrações turísticas, mais caros eles serão. Mesmo assim, no período da nossa viagem, a tarifa mais alta que pagamos foi 5 euros por hora (num estacionamento bem em frente à entrada de Pompéia).
Uma dica legal é, sempre antes de sair, pesquisar no Google Maps por “parcheggio” nas imediações da atração ou cidade que você deseja conhecer. Foi assim que encontramos os melhores estacionamentos da viagem. O Google vai mostrar diversas opções, se praticidade é a sua prioridade, escolha o mais próximo. Se economia é mais importante, veja as avaliações de cada um – é comum encontrar usuários especificando os preços cobrados.
Na maior parte dos estacionamentos, a dinâmica não tem mistério e você faz tudo por conta própria – como já acontece em muitos lugares aqui no Brasil. Basta retirar o ticket na cancela no momento da entrada e pagar em máquinas de autoatendimento na hora que estiver saindo. Importante: tenha sempre moedas ou notas miúdas com você, algumas máquinas de autoatendimento não aceitam notas altas (50 euros, nem pensar!).
No mais, verifique antecipadamente se os seus hotéis contam com estacionamento. Em caso positivo, confira o valor cobrado pela diária e se é necessário reserva. Em alguns casos, você encontrará estacionamentos públicos muito próximos, a valores bem mais em conta do que os cobrados pelos hotéis. Como segurança não costuma ser um problema por aquelas bandas, a economia é muito bem-vinda.
2.2. ZONAS DE TRAFEGO LIMITADO.
As ZTL (Zone Traffico Limitato, em português: zona de tráfego limitado) são áreas onde a circulação de veículos é limitada apenas à pessoas autorizadas – em muitos casos, moradores. Elas são comuns em diversas cidades da Itália, principalmente naquelas muito pequeninas, históricas e/ou turísticas, onde o grande fluxo de carros de fora poderia atrapalhar ou, até mesmo, inviabilizar o trânsito de quem realmente vive por ali.
Vimos ZTL em diversas cidades ao longo de todo o país. Essas áreas são demarcadas por placas e é bom estar atento a elas. As placas indicam em quais períodos torna-se proibido transitar a partir daquele ponto sem uma licença específica. Entrar numa zona de tráfego limitado, no horário errado, mesmo que sem querer, pode gerar multa.
Exceções podem acontecer quando o hotel onde você se hospeda está localizado em uma destas áreas. Neste caso, você precisa entrar em contato previamente com o hotel e se certificar sobre a melhor maneira de chegar até lá. Aconteceu conosco em Matera, na Basilicata. No nosso caso, a instrução era: entrar na ZTL normalmente e informar a placa do carro no momento do check-in. Carros de hóspedes fazendo check-in ou check-out recebiam autorização especial e restrita e o próprio hotel se encarregava dos trâmites com as autoridades locais. Nada de sair entrando em ZTL sem checar antes com o seu hotel, ok?
2.3. AS CIDADES DA ITÁLIA SÃO SEGURAS PARA QUEM VIAJA DE CARRO?
Costumo dizer que existem duas realidades distintas na hora de planejar uma viagem de carro pela Itália. É que, geralmente, quem viaja de Roma pra “cima”, nem se preocupa muito com segurança – e aqui eu falo especificamente sobre violência. Seja em Venêto, Lombardia, Ligúria, Toscana, Lázio… pouco se fala sobre criminalidade. E, de fato, não há muito sobre o que falar mesmo.
A coisa muda totalmente de figura quando a viagem planejada ocorre de Roma pra baixo. Quem resolve desbravar o sul da bota – mais especificamente a Campânia, Calábria, Basilicata, Puglia e Sicília – vira e mexe esbarra com uma manchete sobre roubos na região, com aquele amigo corta-clima que solta um “mas não é lá que fica a máfia?”, ou com uma empresa de locação de veículos que se nega vender seguros totais justamente naquele pedaço do país. Aí, a viagem, que era pra ser uma delícia, começa a dar dor de cabeça. Como eu sei disso? Porque aqui foi exatamente assim. Se num dia estávamos super empolgados com nosso roteiro, na semana seguinte bateu a neura… é verdade mesmo que o sul da Itália é perigoso?
Concluí que não, antes mesmo de viajar. E voltei ainda mais segura da minha conclusão. Acontece que, para as médias europeias (onde a criminalidade existe, mas de uma forma muito controlada), o sul pode ter sim números mais elevados. Mas, basta comparar com as capitais do Brasil pra descobrir que não precisa (mesmo!) entrar na paranoia. Há que se ter os cuidados básicos (principalmente em cidades maiores): não estacionar em lugares muito desertos e escuros, não deixar o carro aberto, não deixar malas à vista dentro do carro. E só.
Minhas experiências, ao longo de todo o país, foram sempre MUITO tranquilas. Em NENHUM momento me senti acuada, insegura ou percebi qualquer situação de risco. Muito pelo contrário. Portanto, recomendo: vá sim com cuidado, afinal de contas um pouco de atenção (em qualquer lugar do mundo) nunca é demais, mas nada de ficar noiado.
3. DIRIGINDO NAS ESTRADAS DA ITÁLIA…
Curioso sobre como é dirigir pelas estradas da Itália? No subtópicos abaixo você encontra detalhes sobre sinalização, pedágio, limites de velocidade e mais. Pode acalmar o coração, que a gente tá aqui pra ajudar!
3.1. CONDIÇÕES DAS ESTRADAS ITALIANAS.
De uma forma geral, você verá estradas em excelente estado de conservação na Itália. Bem asfaltadas e sinalizadas. Vez ou outra, em estradas secundárias e/ou do interior, pode ser que você encontre alguns buracos, mas coisa pouca. Raro mesmo.
3.2. LIMITES DE VELOCIDADE.
Assim como aqui no Brasil, os limites de velocidade na Itália podem variar bastante, a depender do tipo de via. As maiores estradas costumam ter limites que variam de 110km/h a 130km/h. Em alguns trechos mais próximos a áreas urbanas, bem como em entradas secundárias, os limites costumam cair para 90km/h ou 70km/h.
A verdade é que a maioria esmagadora dos motoristas não respeita as velocidades máximas e anda, em média, de 10% a 20% acima do permitido. Aliás, prepare-se: na Itália quase todo mundo parece motorista de ambulância. Se você curte dirigir em velocidades mais baixas pode ser que, mesmo estando na pista da direita, leve um “empurrão” ou alguma cara feia vez ou outra.
Quase não há fiscalização eletrônica nas estradas da Itália e, quando há, ela é MUITO bem sinalizada.
3.3. COMO FUNCIONAM OS PEDÁGIOS NA ITÁLIA?
Em nossas viagens, encontramos dois tipos de pedágios na Itália. O primeiro, funciona exatamente como os aqui. O preço é fixo, basta parar na cabine e fazer o pagamento. Em algumas estradas, no entanto, o sistema é diferente e o valor é calculado de acordo com a quilometragem que você percorre,, ou, em outras palavras, dos pontos da estrada onde entrou e saiu. É simples: você passará por uma primeira cabine onde irá retirar um ticket. Guarde com você. Bem mais a frente, numa segunda cabine, você apresentará este mesmo ticket, e o valor referente ao trecho que você percorreu será cobrado.
Detalhe: você observará que, ao chegar na cabine para retirar o seu ticket, ele já estará “para fora” da máquina. Isso é um hábito comum e bastante inteligente por lá. Cada um que passa retira o seu ticket e já aperta o botão para que o próximo motorista encontre seu ticket prontinho, sem precisar aguardar a máquina cuspir. Educado e eficiente, já que assim ninguém passa mais que dois segundos em cada cabine.
Há também diferenças nas cabines de pagamento (seja no primeiro ou segundo sistema mencionados acima). Num mesmo posto de pedágio, você encontrará três tipos de cabine: telepass, autoatendimento e convencional. A primeira é exclusiva para quem possui aqueles tags de cobrança automática (coisa que considero um custo bobo e desnecessário, já que é raro encontrar filas nos pedágios por lá). A segunda é para quem deseja fazer o pagamento por conta própria. As máquinas aceitam cartão de crédito, cédulas e moedas. Para pagamentos com cartão, basta inserir o cartão, digitar a senha, retirar o cartão e a notinha e pronto. Para pagamentos com dinheiro, primeiro você insere as cédulas – ou joga as moedinhas na bandeja -, depois você pega seu troco (quando for o caso) e seu recibo. Não tem mistério. Já as terceiras oferecem aquele atendimento convencional, com um funcionário responsável pela cobrança. Fomos, sempre que possível, nas cabines de autoatendimento.
Você saberá identificar o tipo de cabine de pagamento através de placas que ficam sobre elas – nas cabines de autoatendimento há um desenho de cédulas e moedas, nas cabines com funcionários, além das cédulas e moedas há também uma mãozinha.
3.4. É COMUM LEVAR MULTAS NA ITÁLIA?
Não, desde que você seja um motorista atento e respeite as regras daquele país. A verdade é que nas estradas os próprios italianos costumam superar, bastante, os limites de velocidade informados, reduzindo apenas ao passar pelos radares – que, como falei, são sempre muito sinalizados. E não vi ninguém ser parado na estrada por isso. Mas, por via das dúvidas, o limite existe para ser respeitado, né?
A maior parte das multas que tenho notícia – de brasileiros que viajam de carro pela Itália e recebem a notificação da locadora alguns meses depois do retorno – dizem respeito às ZTL. De fato, muita gente não se atenta às placas e, seguindo os caminhos do GPS do carro, acaba entrando em zonas de tráfego limitado – e aí é multa na certa. Quem opta pelo Google Maps ou Waze não costuma ter o problema… isso porque, ao calcular o trajeto, caso haja uma ZTL no caminho, os aplicativos já informam previamente e lhe dão opções alternativas.
Vale também estar atento às regras de estacionamento, caso você decida estacionar nas ruas. A maior parte das vagas é paga – com alguns períodos de gratuidade, em geral nos finais de semana. E você precisará imprimir um ticket e deixá-lo no vidro do carro. Quem estaciona em locais pagos e não exibe o ticket também corre risco de levar uma multa pra casa. Particularmente, sou mais fã dos estacionamentos rotativos.
3.5. COMO É E QUANTO CUSTA ABASTECER O CARRO NA ITÁLIA?
Nos postos de gasolina, você poderá abastecer por conta própria, ou com auxílio de um frentista. Com um detalhe importante: no autoatendimento as tarifas são bem mais em conta. E não é difícil. Existem diferentes tipos de “autoatendimento”. Em alguns postos, os terminais de pagamento estão próximos às bombas – ou mesmo nelas. O sistema é de pré-pago, o que significa que você precisará fazer a conta – quantos litros preciso? qual o preço do litro? Multiplique um valor pelo outro e encontrará o valor exato. Basta, então, informar esse valor, o número da bomba e fazer o pagamento. Em outros, você deve ir até a lojinha de conveniência e pagar diretamente ao caixa (também pré-pago), informando qual bomba você irá utilizar. Em todos os casos, você pode pagar com cartão de crédito internacional ou dinheiro. A bomba será liberada para aquele valor/litros e aí basta abastecer normalmente. O fornecimento do combustível é interrompido automaticamente quando o valor é atingido.
Pagamos, em Abril de 2019, cerca de 1,46 euros por litro de diesel nas estradas do Sul. Nos postos mais próximos a Roma os valores são mais altos. Nos arredores do aeroporto vimos postos cobrando incríveis 1,80 euros por litro.
Dica esperta: em algumas estradas, você verá placas com informação sobre os postos disponíveis nos próximos quilômetros, bem como as tarifas cobradas por cada um deles. É maravilhoso saber, de antemão, qual posto tem a melhor oferta e não ficar naquela eterna dúvida: “será que abasteço logo aqui ou vou encontrar um posto mais barato lá na frente?”. Passe devagarzinho, veja os preços e as distâncias de cada posto e então decida onde abastecerá. Sem pulgas atrás da orelha.
3.6. SINALIZAÇÃO NAS ESTRADAS DA ITÁLIA.
Nem preciso dizer que na Itália as placas estão em italiano, certo? Mas fique tranquilo, mesmo quem não domina o idioma consegue se virar muitíssimo bem – o Google Maps e o Waze são uma baita mão na roda! Foi o nosso caso. Não falamos italiano e não tivemos a menor dificuldade nas estradas, até porque, em muitos casos, as línguas são bastante similares – na escrita. Foi o caso das placas de controllo elettronico della velocita (controle eletrônico de velocidade – fácil, né?). Como já contei lá em cima, os radares são sempre muito sinalizados. As saídas para cidades e outras vias também são muito bem sinalizadas, assim como os limites de velocidade em cada via.
4. SUGESTÕES DE ROTEIRO: AS MELHORES VIAGENS DE CARRO PELA ITÁLIA.
Uma das principais vantagens das viagens de carro é a flexibilidade. Em outras palavras: a possibilidade de poder montar o roteiro exatamente do jeito que você quer, com as cidades que você sonha, pelo tempo que você deseja. Além, é claro, da vantagem de descobrir lugares encantadores pelo caminho – que você nem sequer ouviu falar durante o planejamento. Assim, a melhor viagem de carro pela Itália é, sem dúvida, aquela que você mais sonha em fazer.
Como não gostamos de viajar por períodos muito longos, quando fizemos nossa primeira road trip na Itália, resolvemos restringir nosso itinerário a três bases: Veneza (para explorar Vêneto e Lombardia), Florença (para explorar a Toscana) e Roma. Agora, desta segunda vez, decidimos fazer uma viagem circular com bases em: Roma, Nápoles (para conhecer Pompéia), Sorrento (para explorar a Costa Amalfitana), Ugento (para explorar o extremo sul da Puglia), Alberobello, Matera (para explorar a Basilicata) e finalizamos novamente em Roma. Ambas as viagens podem ser feitas em duas semanas – a depender do seu ritmo.
Com mais tempo, incluiria as Dolomitas no primeiro roteiro, e a Sicília no segundo. Decidimos deixar esses pedacinhos da Itália para novas viagens, assim como o combo Milão + Ligúria, também incrível.
5. SEGURO VIAGEM.
Decidi falar sobre o seguro viagem nesse artigo por duas razões: a primeira é que o seguro viagem é imprescindível – seja para quem viaja de carro, de trem, de avião, bicicleta, patinete ou a pé. O fato é que viajantes brasileiros que desembarcam na Itália precisam OBRIGATORIAMENTE ter um seguro internacional válido. E o valor mínimo para a cobertura deve ser de 30 mil euros. Contrate antes de viajar, imprima as apólices e leve com você junto com os documentos. Na imigração você pode precisar apresentar esta comprovação e, caso não a tenha, o caminho é um só: embarcar no primeiro avião de volta.
A segunda razão, que muita gente come mosca, é que quem tem um seguro viagem pode abrir mão do seguro pessoal das locadoras de carro. Na maior parte delas, você encontrará sempre três tipos de seguros: o seguro contra roubo e danos ao carro, o seguro para terceiros (sobre o qual falei lá no tópico seguros) e o seguro pessoal – aquele que irá cobrir as suas despesas médicas caso você se envolva em algum acidente. Mas, se você já tem essa assistência médica, não faz sentido contratar novamente certo? Conheço muita gente que, na ânsia por viajar integralmente tranquilo, faz os três tipos de seguro e nem se toca que o seguro pessoal vai lhe oferecer, basicamente, a mesma coisa que o seu seguro viagem.
Pra quem ainda não contratou o seguro viagem, eu recomendo muitíssimo uma visita ao Seguros Promo. Lá, basta inserir os dados da sua viagem (destino e período) e o site faz uma comparação de planos e preços de diversas seguradoras. É sempre por lá que encontro e contrato meus seguros. Leitores do Imagina na Viagem ganham 5% de desconto utilizando o cupom IMAGINANAVIAGEM5, e mais 5% se optarem pelo boleto como forma de pagamento. É só clicar no banner abaixo.
6. EXTRA: DIRIGINDO EM NÁPOLES E COSTA AMALFITANA.
Separei um tópico especialmente para a Campânia – em especial Nápoles e Costa Amalfitana – pois, de todos os lugares por onde passamos na Itália, este me parece o mais peculiar para quem está dirigindo.
Sem ladainhas, vamos direto ao ponto. É oficial, os campanos – principalmente os napolitanos – se transformam quando atrás de um volante. Se, por um lado eles são simpáticos, receptivos e acolhedores, basta entrar num carro pra coisa tomar ares de filme de terror – até você se acostumar, depois vira comédia pastelão.
Nossos primeiros momentos dirigindo em Nápoles foram, certamente, os mais estressantes de todas as road trips que já fizemos. Dirigir ali é para os fortes, os muito prudentes, os monges budistas ou pra quem tem o controle total da chavinha do fod*-se. Preferência ou simpatia são coisas fora de cogitação no trânsito napolitano, passa na frente o mais agressivo, aquele que imbica o carro primeiro, ainda que seja necessário dar uma raspada na lateral do coleguinha. Isso quando não param o carro no meio da rua para conversar, sem pressa, com um pedestre. Ou quando não somos obrigados a andar a 10km/h atrás de um casal fazendo a sua corrida matinal NO MEIO DA PISTA. Em Nápoles, palavrões ao volante são como “bom dia”. E acabou virando brincadeira encontrar carros na cidade que estivessem com a lataria intacta. Se você contratou um seguro total e livre de franquia, uma boa notícia: depois das primeiras 24h tudo distensiona e você começa a achar graça daquela realidade tão irreal. Se não contratou… bem, por que mesmo que você não contratou?
Na Costa Amalfitana o clima é um pouco mais amigável. Por outro lado, as vias são MUITO estreitas e sinuosas. Então, o ideal é deixar a direção com quem já tem alguma prática. Durante o verão, quando a região fica abarrotada de turistas, o carro pode ser um problema. Se a Amalfi Coast é parte da sua road trip nesta época, o ideal é encontrar um hotel que ofereça estacionamento e esquece-lo durante a estada. Opte por se deslocar de barco – Sorrento é uma ótima opção de base para isso, pois garante acesso fácil de barco a todas as cidades pequeninas e turísticas da região – ou, ainda, por alugar uma lambreta. As diárias costumam ser baratas, e você vai ficar feliz por fugir dos terríveis engarrafamentos.
7. ALUGUEL DE CARRO NA ITÁLIA: CONCLUSÃO.
Em resumo, o que posso dizer é: viajar de carro é uma excelente forma de conhecer a Itália. Há que se tomar alguns cuidados – escolher bem a empresa onde você irá alugar, avaliar com calma as ofertas. Fazer um bom seguro é importante – e é preciso estar de olho atento às letrinhas miúdas dos contratos, principalmente se a sua viagem passa pelas províncias do sul.
As estradas são boas e bem sinalizadas, aplicativos como o Google Maps e Waze são muito mais amigos que um GPS, e o risco é baixo – mesmo nos lugares onde é mais alto. Um pouquinho de prudência e atenção são suficientes para garantir tranquilidade.
Não é preciso de preocupar com a língua. A sinalização, os pedágios e o abastecimento do carro podem parecer, antes da viagem, uma aventura para quem não domina o italiano. Pois saibam: por aqui nunca estudamos a língua, e conseguimos nos virar sem um sofocozinho pra contar história.
E, por fim, as possibilidades de roteiro para quem opta por um aluguel de carro de Itália são infinitas. Você pode escolher entre lagos belíssimos (nas Dolomitas), praias cuja cor nos fazem duvidar da nossa própria sanidade (na Ligúria ou na Puglia), cidades repletas de cultura (na Toscana), outras com muita história (que tal visitar Pompéia, em Nápoles?) e, claro, destinos onde a gastronomia é o carro-chefe (estes estão espalhados pela Itália inteira). Há ainda aqueles destinos óbvios, porém não menos interessantes: Veneza, Milão e a maravilhosa Roma. Ah… a Itália. Há tanto pra ver, sentir, viver, experimentar. Já não vemos a hora de voltar.
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QUEM ESCREVE
Formada em Cinema e pós-graduada em Jornalismo, já trabalhou como produtora cinematográfica, fotógrafa, redatora, assessora de imprensa...
Mas foi nas viagens - e contando sobre elas - que descobriu sua verdadeira paixão.
Desde 2014, é editora do Imagina na Viagem e consultora de turismo além, é claro, de uma viajante incansável nas horas vagas.
8 Comentários
Considero um dos melhores poster sobre dirigir na Itália…numa avaliação de 1a 10 com certeza daria 9. Pois na minha opinião acho que imagens são importantes para uma melhor memorização…e em alguns casos se tivesse colocado a foto..aí não teria como não ser um dez com louvor. Exemplo a placa informando o pedágio com atendente,a placa de área controlada…etc. mesmo assim parabéns pelo pôster.
Oi, Domingos!
Adorei seu comentário! Sua avaliação me deixa muito feliz!
E pode deixar que nas próximas vezes vamos brigar pelo 10 e tentar incluir mais imagens. 🙂
Excelente post.
Se pudesse completar sobre dicas e cuidados ao dirigir no inverno ficaria completo.
Oi, Alexandre.
Boa lembrança! Muito obrigada pela sugestão!
Logo mais atualizo o artigo com algumas dicas específicas sobre a direção no inverno. 🙂
Primeiramente parabéns e obirgado pelo site…ajuda demais!rsFicaremos uns dias em Florença e a ideia é alugar um carro e partir para o interior da Toscana, tendo como primeira parada Siena.Minha duvida é: qual melhor local para retirar e devolver o carro em Florença sem passar pelas ZTL.Obrigado desde já!
Deus abençoe!
Oi, Victor. Tudo bem?
Não tive problemas com ZTL em Florença, não. Achei a cidade bem tranquila para dirigir.
Mas, sempre que chego numa cidade nova, prefiro alugar no aeroporto. Geralmente são mais afastados, e dá pra seguir viagem caindo direto na estrada, sem se preocupar muito com engarrafamentos de centro de cidade e etc. Além disso, há a vantagem de encontrar várias locadoras no mesmo lugar. Via de regra, a gente já sai daqui com o carro reservado, mas já aconteceu de (por um atraso mínimo) perdermos a nossa reserva. E aí foi excelente ter os balcões de todas as locadoras bem ao nosso redor e poder fazer as cotações ali na hora. 🙂
Boa viagem pra você!
Para carros alugados posso contratar o telepass para pedagios???
Oi, Luiz Otavio. Tudo bem?
Você precisa verificar diretamente com a locadora. Nas vezes que alugamos por lá, o serviço não era oferecido como extra, não.
De qualquer forma, nunca pegamos uma fila no pedágio… então, na minha opinião, não valeria a pena pagar uma taxa a mais só pra ter o telepass. 🙂