Roteiro pelo Marais – Uma caminhada pelo charmoso bairro de Paris.
Dando sequência a série de postagens sobre nossa última passagem pela França, após aproveitar os primeiros dias em Paris para caminhar bastante, revisitando os principais pontos turísticos da cidade, e de passar um dia delicioso pela região do Vale do Loire conhecendo três de seus mais belos chateaux, era hora de partir pra um lado de Paris ainda pouco explorado por nós, o Marais. Nesse post, eu conto mais sobre nossa experiência e explico tintim por tintim do nosso roteiro pelo Marais. Confira!
ROTEIRO PELO MARAIS: UMA BEM-VINDA ALTERAÇÃO NOS PLANOS…
Em nossa programação original, o quarto dia em Paris seria dedicado ao Louvre, museu que adoramos e estávamos loucos para rever. O Marais ficaria para o quinto e último dia por ser um passeio mais tranquilo e bem pertinho de onde estávamos hospedados. Dessa forma, teríamos tempo para organizar as malas e nossa partida. Acontece, porém, que por mais organizado que esteja nosso cronograma, nunca estamos livres de imprevistos, certo? Na noite anterior, após retornarmos do Vale do Loire, as coisas saíram um pouco do que havíamos planejado… comecei a sentir dores fortes que logo identifiquei como uma crise renal. Coisa um tanto comum para mim, infelizmente. Foram horas de sufoco e remédios até consegui dormir e, como era se de esperar, no dia seguinte estava exausta. E ainda preocupada. Sabia que o Louvre nos exigiria muita disposição e caminhadas e não estava disposta a enfrentar aquela batida. Assim sendo, optamos por fazer uma alteração em nosso roteiro e sair apenas durante a tarde para um passeio pelo Marais. E o rim? Bom, o rim ainda resolveu me dar um baita trabalho ao longo desse dia e do dia seguinte… eu contei sobre esse “causo” no post: Atendimento médico em Paris – a importância de contratar um seguro de viagem.
ROTEIRO PELO MARAIS: SOBRE O BAIRRO.
O Marais é um bairro de Paris conhecido pelo charme de suas ruas e pelos ares boêmios. Um cantinho arborizado e tranquilo durante o dia, e a pedida certa para quem quer curtir um drink e um bom papo com os amigos durante a noite. Já havíamos passado por ali uma ou duas vezes em outras viagens, mas nunca dedicamos tempo suficiente para descobrir o lugar e entender o porquê de sua popularidade. Era a hora.
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ROTEIRO PELO MARAIS: NOSSA TARDE PELO BAIRRO.
A ideia era fazer um passeio leve, sem uma programação fechada. Dizem que a melhor forma de conhecer uma cidade é se perdendo nela, né? Tomamos isso como verdade e saímos do hotel sem um rumo definido. A única coisa que era indispensável para mim naquele dia era uma passadinha pela Place des Voges, um cantinho todo especial de Paris que eu estava louca para conhecer.
Saímos de nosso hotel, ao lado da Universidade de La Sorbonne, e partimos em direção a Île de la Cité, onde pretendíamos parar por alguns minutos para conhecer o interior da Sainte Chapelle. A Sainte Chapelle é uma capela de estilo gótico, construída no século XIII. Ela fazia parte do antigo e extinto Palácio da Cidade, residência da família real naquela época. Embora não seja um ponto turístico muito badalado na cidade, o interior da Sainte Chapelle é magnífico e eu estava curiosíssima para vê-lo pessoalmente. Acontece que a fila para entrar na capela estava gigantesca e certamente levaríamos pelo menos 1h parados ali. Embora a vontade fosse grande, decidimos deixá-la para uma próxima viagem e seguir nosso caminho para o Marais.
Após cruzar o Rio Sena e chegar a Rive Droite, seguimos caminhando pela Rue Saint-Martin onde paramos para admirar a belíssima Tour Saint-Jacques. Essa torre de mais de 50 metros de altura, fica bem no centro de uma praça e é o único vestígio do que um dia foi a Igreja de Saint-Jacques-de-la-Boucherie, dedicada à São Tiago Maior – um dos doze apóstolos de Jesus Cristo. A Tour Saint-Jacques tem acesso super restrito, estando aberta apenas durante alguns dias de verão. A visita só pode ser realizada com um guia e seus mais de 300 degraus são um obstáculo a ser ultrapassado por aqueles que desejam ter a vista 360º que ela oferece de Paris.
Dali, passamos pelo lindo Hôtel de Ville – sede da prefeitura de Paris, e então o caminho que fizemos é uma incógnita. Caminhamos por ruelas estreias, viramos em dezenas de esquinas super fofas, nos encantamos com mais outra dezena de cafés parisienses com suas mesinhas nas calçadas e alguns minutos mais tarde, de alguma forma, chegamos a Rue Rambuteau. Foi ali que almoçamos. Encontramos um restaurante chinês daqueles de raiz, sabe? O marido ama, e eu não fico atrás. O Le Mandarin de Rambuteau não tem nenhuma estrela Michelin, não tem ambiente requintado e nem aquele atendimento digno de reis e rainhas. Pelo contrário… É um restaurante beem simples, daqueles típicos chineses que você escolhe as porções no balcão, passa na balança, paga e é feliz. Haha! A comida era simples como o restaurante, mas super saborosa. E o precinho foi surpreendente para os padrões parisienses. É claro que se você estiver hospedado longe do local, não recomendo que vá até lá só pelo Le Mandarin de Rambuteau, mas se gosta de comida oriental e estiver passando por ali ou em algum hotel próximo, pode ser uma boa opção para uma refeição simples, gostosa e barata.
Saindo dali, seguimos pela Rue des Francs Bourgeois e demos de cara com o Musée des Archives Nationales. Não conhecíamos o lugar e nem estávamos buscando por ele, foi bem sem querer mesmo e uma surpresa bem agradável, já que o prédio é muito bonito e os jardins são de suspirar. A entrada é gratuita e sem filas. Vale a pena parar para conhecer!
Logo mais à frente, ainda na Rue des Francs Bourgeois, está localizado o Musée Carnavalet, prédio que abriga uma coleção inteira dedicada à história da cidade e dos cidadãos parisienses. Não visitamos o museu, mas se você quiser conhecê-lo dizem que é muito bonito lá dentro e a entrada é franca. Alguns passos à frente, encontramos a Place des Voges.
A PLACE DES VOGES
A Place des Voges é uma das praças mais famosas do Marais. Acredito que isso se deva basicamente por duas razões: a primeira delas é que aquele foi o endereço de Victor Hugo – ilustríssimo escritor francês do século XIX com obras reconhecidas em todo o mundo como “Notre-Dame de Paris” e “Os Miseráveis”. A Maison de Victor Hugo é identificada por uma placa e ponto turístico certo para os fãs de literatura. A segunda razão de sua popularidade é a arquitetura curiosa que a cerca. Os prédios que rodeiam a Place des Voges são se não iguais muitíssimo parecidos uns com os outros… Lindo e estranho ao mesmo tempo! Heheh… Com tanto charme envolvido, a Place vive apinhada de gente. Mas não é uma muvuca sabe? São pessoas que estão ali para admirar o local, jogar conversa fora com os amigos sentados na grama, ler um livro na sombra de suas árvores ou namorar em um cantinho todo romântico.
Sentamos durante alguns bons minutos por ali e curtimos a lentidão do tempo parisiense. Pois é assim que funciona quando você está relaxando em um banco de praça por ali, o tempo parece esticar, corre devagar. Crianças brincando, jovens estudantes repassando suas matérias… Todos parecem despreocupados com a vida e o tempo que corre fora daqueles portões. Uma harmonia gostosa de compartilhar e quase impossível de deixar pra trás. Foi difícil sair dali, mas tínhamos que seguir nosso caminho e retornar ao hotel.
Resolvemos voltar por um caminho diferente, e dali seguimos até a Boulevard Beaumarchais. A rua, que termina na Place de la Bastille, tem esse nome esquisitão mas também poderia ser chamada facilmente de rua das motos ou rua dos instrumentos musicais, pois é o que você mais vê por ali. Uma loucura para os aficcionados por música (como o marido) e para os aficcionados por motos (como meu pai). Ah, se o dinheiro desse e a mala coubesse… Rs!
Já pertinho Praça da Bastilha, resolvemos fazer uma parada estratégica para um cafezinho no Le Beaumarchais, um café/restaurante super aconchegante. Saindo dali ainda paramos um pouquinho na praça para vê-la em detalhes já que sempre que passamos por ali estamos de ônibus e nunca descemos naquela região.
A Praça da Bastilha ou Place de la Bastille está situada onde antigamente existia a Prisão da Bastilha. Você você já deve ter ouvido sobre a queda da Bastilha nas aulas de história quando estudou a Revolução Francesa. O fato é que o local tem forte importância histórica para o país e talvez por isso continue sendo palco das mais diversas manifestações políticas na cidade.
Nosso passeio terminou às margens do Rio Sena, por onde caminhamos tranquilamente até retornarmos ao hotel.
Um dia bem leve em comparação com os que costumamos ter em Paris, em um circuito um pouco menos convencional para os turistas, mas tão agradável quanto todos os outros. Quando estivermos por lá novamente, agora sem dores ou desconfortos, é certo que voltaremos para mais uma caminhada pelo Marais, outro cantinho delicioso de Paris!
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QUEM ESCREVE
Formada em Cinema e pós-graduada em Jornalismo, já trabalhou como produtora cinematográfica, fotógrafa, redatora, assessora de imprensa...
Mas foi nas viagens - e contando sobre elas - que descobriu sua verdadeira paixão.
Desde 2014, é editora do Imagina na Viagem e consultora de turismo além, é claro, de uma viajante incansável nas horas vagas.
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